segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A arte da felicidade

Margaret, uma jornalista de trinta e um anos, exemplifica a importância crítica de compreender e aceitar a mudança no contexto de um relacionamento pessoal. Ela me procurou queixando-se de uma leve ansiedade, que atribuía à dificuldade de se ajustar a um recente divórcio.
- Achei que poderia ser uma boa idéia fazer algumas sessões só para conversar com alguém, explicou -, para me ajudar a deixar o passado para trás e fazer a transição de volta à vida de solteiras. Para ser franca, isso me deixa um pouco nervosa...
Pedi-lhe que descrevesse as circunstâncias do divórcio. - Acho que teria de descrevê-lo como um divórcio amigável. Não houve grandes brigas, nem nada semelhante. Meu ex-marido e eu termos bons empregos de modo que não tivemos problemas com a questão financeira. Temos um filho, mas ele parece ter se ajustado bem ao divórcio; e meu ex-marido e eu firmamos um acordo paria custódia conjunta que está funcionando bem...
- O que eu queria era saber o que levou ao divórcio.
- Bem... acho que simplesmente perdemos a paixão suspirou ela. – Parecia que aos poucos o romantismo foi desaparecendo; simplesmente não tínhamos mais a mesma intimidade de quando nos casamos. Nós dois estávamos ocupados com nossos empregos e nosso filho, e só parecíamos estar nos afastando. Experimentamos algumas sessões de aconselhamento conjugal, mas elas de nada adiantaram. Ainda nos dávamos bem, mas era como se fôssemos irmãos. Não parecia amor; não parecia um casamento de verdade. De qualquer modo, chegamos à conclusão de que seria melhor partir para o divórcio.. Simplesmente estava faltando alguma coisa. Depois de passar duas sessões delineando o problema, decidimos por uma psicoterapia breve, voltada especificamente para ajudá-la a reduzir a ansiedade e a ajustar-se às recentes mudanças na sua vida. No todo, ela era uma pessoa inteligente e equilibrada em termos emocionais. Reagiu muito bem a uma terapia breve e fez uma transição tranqüila de volta à vida de solteira.
Apesar de um evidente carinho mútuo, estava claro que Margaret e o marido interpretaram a mudança no grau da paixão como um sinal de que o casamento deveria terminar. Infelizmente, é com extrema freqüência que entendemos uma diminuição da paixão como um sinal da existência de um problema fatal no relacionamento. E, na maior parte das vezes, o primeiro indício de mudança no nosso relacionamento pode gerar uma sensação de pânico, uma impressão de que algo deu terrivelmente errado. Talvez não tenhamos escolhido o parceiro certo, no final das contas. Nosso companheiro simplesmente não parece ser a pessoa pela qual nos apaixonamos. Surgem desavenças - podemos estar a fim de sexo, e nosso parceiro estar cansado; podemos querer ver um filme especial, mas ele não se interessa pelo filme ou está sempre ocupado. Por isso, concluímos que tudo está acabado.
Afinal, não há como ignorar o fato de estarmos nos afastando. As coisas simplesmente não são mais as mesmas. Talvez devêssemos nos divorciar. E o que fazemos então? Especialistas em relacionamentos produzem livros em massa, com receitas que nos dizem exatamente o que fazer quando a paixão e a chama do romantismo começam a fraquejar. Eles oferecem uma enorme variedade de sugestões destinadas a ajudar a reaquecer o romance - refaça sua programação de modo que dê prioridade ao tempo para atividades românticas, planeje escapadas de fim de semana ou jantares românticos, elogie seu parceiro, aprenda a ter uma conversa significativa. Às vezes, isso ajuda. Às vezes, não. No entanto, antes de declarar o relacionamento morto, uma das coisas mais benéficas que podemos fazer quando nos damos conta de uma mudança é simplesmente tirar uma distância, avaliar a situação e nos armar com o maior conhecimento possível sobre os padrões normais de mudança em relacionamentos.
Com o desenrolar da nossa vida, passamos da tenra infância para a infância, a maturidade e a velhice. Aceitamos essas mudanças no desenvolvimento individual como uma progressão natural. Um relacionamento, entretanto, é também um sistema vivo, composto de dois organismos que interagem num ambiente. E, na qualidade de sistema vivo, é igualmente natural e correto que o relacionamento passe por estágios. Em qualquer relacionamento há diferentes dimensões de intimidade física, emocional e intelectual. O contato corporal, o compartilhar de emoções, de pensamentos, e a troca de idéias são todas formas legítimas de ligação com aqueles que amamos. É normal que o equilíbrio tenha um movimento cíclico: às vezes a intimidade física diminui, mas a intimidade emocional pode aumentar; em outras ocasiões não temos vontade de trocar palavras mas só de receber um abraço. Se tivermos nossas antenas voltadas para essa questão, podemos nos alegrar com o desabrochar da paixão num relacionamento, mas, se ela arrefecer, em vez de sentir preocupação ou raiva, podemos nos abrir para novas formas de intimidade que podem ser igualmente satisfatórias – ou talvez mais. Podemos apreciar nosso cônjuge Como companheiro, ter um amor mais estável, um laço mais profundo.
Em seu livro, Intimate Behavior, Desmond Morris descreve as mudanças normais que ocorrem na necessidade de intimidade de um ser humano. Ele sugere que cada um de nós passa repetidamente por três estágios: do "me abrace", do "me solte' e do "me deixe em paz". o ciclo torna.se aparente pela primeira ver no início da vida, quando a criança passa da fase do "abraço", característica da tenra infância, para a fase da "independência", quando a criança começa a explorar o mundo, a engatinhar, caminhar e alcançar alguma independência e autonomia com relação à mãe. Isso faz parte do desenvolvimento e crescimento normal. Essas fases no entanto, não seguem sempre na mesma direção. Em várias etapas, a criança pode sentir alguma ansiedade quando o sentimento de separação se torna forte demais, e nesses casos ela volta para a mãe em busca de carinho e aconchego. Na adolescência, a "rejeição" passa a ser a fase predominante à medida que a criança luta para formar uma identidade individual.
Embora possa ser difícil ou doloroso para os pais, a maioria dos especialistas reconhece a fase como normal e necessária na transição da infância para a maturidade. Mesmo dentro dessa fase, ainda há uma mistura das outras. Enquanto em casa o adolescente está gritando "Me deixa em paz!" para os pais, suas necessidades do "abraço apertado" podem estar sendo satisfeitas por uma forte identificação com o grupo. Também nos relacionamentos de adultos, ocorre o mesmo fluxo. Os níveis de intimidade variam, com períodos de maior intimidade se alternando com períodos de maior afastamento. Isso também faz parte do ciclo normal de crescimento e desenvolvimento. Para atingir nosso pleno potencial como seres humanos, precisamos ser capazes de contrabalançar nossas necessidades de união e intimidade com períodos em que precisamos nos voltar para dentro, com uma enorme sensação de autonomia, para crescer e evoluir como indivíduos.
À medida que cheguemos a entender isso, não mais reagiremos com horror ou pânico quando nos dermos conta de que estamos "nos afastando" do nosso parceiro, da mesma forma que não entraríamos em pânico enquanto estivéssemos olhando a maré se afastar da costa. É claro que às vezes um distanciamento emocional crescente pode indicar sérios problemas num relacionamento (uma raiva reprimida em silêncio, por exemplo), e até podem ocorrer rompimentos. Nesses casos medidas tais como a terapia podem ser muito úteis. Porem o ponto principal a ter em mente é que um distanciamento crescente não significa automaticamente uma hecatombe. Ele também pode fazer parte de um ciclo que volta a redefinir o relacionamento de outra forma que pode resgatar ou até mesmo superar a intimidade que existia no passado.
Portanto o ato de aceitação, de reconhecimento de que a mudança é uma parte natural das nossas interações com os outros, pode desempenhar um papel importante nos nossos relacionamentos. Podemos descobrir naquele exato momento em que podemos estar nos sentindo mais decepcionados, como se algo tivesse excluído do relacionamento, que pode ocorrer uma profunda transformação. Esses períodos de transição podem ser pontos cruciais em que o verdadeiro amor começa a amadurecer e florir. Nosso relacionamento pode não ser mais baseado na paixão intensa, na visão do outro como a encarnação da perfeição, ou na sensação de que estamos em fusão com o outro. Em compensação porém agora, estamos numa posição em que podemos realmente começar a conhecer o outro - a ver o outro como ele é, um indivíduo isolado, com defeitos e fraquezas talvez, mas um ser humano como nós mesmos. É somente quando chegamos a esse ponto que podemos assumir um compromisso autêntico, um compromisso com o crescimento de outro ser humano - um ato de verdadeiro amor.
Talvez o casamento de Margaret pudesse ter sido salvo pela aceitação da mudança natural no relacionamento e pela criação de um novo relacionamento com base em fatores que não fossem a paixão e o romance.
Felizmente porém, a história não termina aqui. Dois anos depois da minha última sessão com Margaret, deparei com ela por acaso num shopping ( a situação de deparar com um ex paciente num contexto social invariavelmente faz com que eu, como a maioria dos terapeutas, me sinta um pouco constrangido).
- Como tem passado? – perguntei
- Não poderia estar melhor! – exclamou ela – No mês passado, meu ex marido e eu voltamos a nos casar.
- Verdade?
- Verdade, e está indo às mil maravilhas. É claro que nós continuamos a nos ver por causa da custódia conjunta. Seja como for, no início foi difícil... mas depois do divórcio, de algum modo a pressão sumiu. Nós não tínhamos mais expectativas. E descobrimos que no fundo gostamos um do outro e nos amamos. As coisas ainda não são iguais ao que eram quando nos casamos pela primeira vez, mas isso parece não ter importância. Estamos realmente felizes juntos. A impressão é que tudo está certo.

Extraido do livro: A arte da felicidade - Dalai Lama

Sempre é tempo para recomeçar


Começo desta forma: A cada novo dia é tempo!Tempo de amarTempo de acreditarTempo de lutarTempo de ser melhorTempo de buscar em DeusTempo de se descobrirTempo de recomeçar.A cada recomeçar descubro o novo de Deus, a novidade de Deus, o melhor de Deus, o querer de Deus para mim. Recomeçar é viver um novo tempo, é ser melhor, é ir além.O recomeçar nos leva a abraçar novas oportunidades que a vida oferece, nos leva a crescer, nos leva a ser melhores, a acreditar novamente e ver tudo de forma diferente. Quem recomeça se dá uma nova chance.Quem recomeça se descobre. Descobre suas capacidades, seus talentos, seus valores...Aprende também a se conhecer, e a conhecer o outro.Quem recomeça acredita no novo, luta pelo novo, vive o novo.Saiba que a cada novo dia, você tem uma nova oportunidade para você recomeçar novamente, e o melhor é que Jesus recomeça com você.Saiba que "o recomeçar acontece quando eu me decido a recomeçar". E sempre é tempo de recomeçar!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Deus te faz um vencedor

"Só quem está preso em Deus pode estar solto no mundo"'Nada do teu passado pode ser maior do que a força do futuro de Deus'“Não conseguiremos sobreviver se não tivermos fé! Não seja vítima de sua vida. Esteja munido de forças humanas, psíquicas e espirituais. Fortalecei-nos no Senhor!Assim, no momento em que a vida parecer insuportável, você terá como resistir.” “O mais importante não é o que eu faço para Deus, mas o que Deus modifica em mim quando eu faço algo por Ele.”"Erga-te !Deus te fez um vencedor!Transforme sua areia em pérola!Quem tem fé não tem medo!"O grande segredo da vida é viver o diaAmanhã não sei o que vai ser, melhor viver agora.A vida passa tão depressa, semelhante ao ventoNão espere para amar depoisTalvez não dê mais tempo"“Amar requer cuidado, requer conquista diária e luta constante, para que o motivo que nos fez entrar pela porta da frente, não venha nos expulsar pela porta dos fundos."Eu digo mais uma vez:"Erga-te !Deus te fez um vencedor!Transforme sua areia em pérola!Quem tem fé não tem medo! (Padre Fábio de Melo)

Desconcerto que conserta

Odiar é também uma forma de amar. Diferente, mas é. É que o coração humano nem sempre consegue identificar o sentimento que o move. É claro que existem situações em que o ódio é ódio mesmo, mas, em outras, não.Você já deve ter experimentado isso que estou dizendo. Sobretudo no momento em que foi traído, enganado e até mesmo abandonado. O sentimento foi de revolta e, nela, o amor muda de cor, configura-se diferente. É a mesma coisa que acontece com os animais que se camuflam para sobreviverem às ameaças dos inimigos. O camaleão é sempre camaleão, mesmo que não possamos identificá-lo no seu disfarce. Da mesma forma fazemos nós.Quando temos o nosso amor traído, ameaçado pelo descaso do outro, nós nos revestimos de ódio e ressentimentos. Mas a fonte é sempre o amor. Ele é o referencial de onde parte a nossa reação. Nem sempre temos coragem de assumir isso. A traição nos trava para a misericórdia. E, então, sentimos necessidade de devolver a ofensa com a mesma moeda.Por isso, dizemos que odiamos. Mas só o dizemos, porque o que nos falta é coragem para dizer que amamos.Camuflados e infelizesCamuflar é o recurso que usamos com o objetivo de nos justificarmos diante dos outros. É uma forma que temos de nos sentir menos humilhados. Não raras vezes, dizer que temos ódio é uma maneira de tentar dar a volta por cima. Estranho isso, mas acontece.Talvez seja por isso que as pessoas andam tão distantes dos seus verdadeiros sentimentos. Tememos a fraqueza. Tememos que o outro nos flagre no sofrimento que a gratuidade do amor nos trouxe. Preferimos assumir uma postura marcada pela agressividade a outra que nos mostrasse em nossa fragilidade.Nos dias de hoje, cada vez mais, acentua-se a necessidade de ser forte. Mas não há uma fórmula mágica que nos faça chegar à força sem que antes tenhamos provado a fraqueza. E amar é experimentar a fraqueza. É provar o doloroso campo da necessidade, da carência e da fragilidade.Amar é uma forma de depender, de carecer e de implorar. É uma forma de preenchimento de lacunas, visto que o amor é a melhor forma de complementar os espaços.Admirável desconcertoQuem ama sabe disso. Quem é amado, também. A gratuidade do amor consiste nisso. Amar quando o outro não merece ser amado. Surpresa maior não há. Ser abraçado no momento em que sabemos não merecer ser perdoados. O amor verdadeiro desconcerta. O perdão e a reconciliação são a prova disso. Somente depois de dizermos infinitas vezes “Eu te perdôo” , é que temos o direito de dizer “ Eu te amo”. Porque, antes do perdão, o que existe é admiração. Esse último sentimento não é o mesmo que amar.Só amamos aqueles a quem perdoamos. E, geralmente, só odiamos aos que amamos, caso contrário seríamos indiferentes.Pena que tem sido cada vez mais difícil declarar amor no momento em que o outro não merece. Não temos coragem de tomar essa atitude, porque ela é chamada de fraqueza, coração mole. E, por medo de sermos vistos assim, camuflamos o amor com as roupas do ódio.Perdemos a oportunidade de atualizar a gratuidade do amor de Deus na precariedade do amor humano e de surpreender o outro com nosso gesto já transformado pela graça divina.Na sua vida, não tenha medo de ser fraco, já que a fraqueza representa capacidade de amar. Quando o outro, pelas mais diversas razões esperar pelo seu ódio, surpreenda-o com o seu amor.Desconcerte-o e, assim, você ajudará a consertar o mundo.(Pe. Fábio de Melo)

Deus não desistiu de nós

Ás vezes nós machucamos muito os outros, perdemos oportunidades preciosas porque não soubemos buscar a calma, o desespero dilata a tragédia, a gente perde a capacidade de olhar a vida, enxerga fantasmas que não existem, diferente da calma, que você olha pra vida e analisa a partir de um prisma, que permite uma visão mais aprimorada, de um jeito certo, e ai a gente até encontra a saída, chega a nossa salvação, mas caso a gente se perca no desespero corremos o risco de não chegar a salvação.Por isso Jesus nos ensina que a vida merece ser vivida assim, quando colocamos amor no coração a gente começa ter mais calma, o amor nos faz ter calma no jeito que a gente olha pras pessoas, o amor é um olhar de contemplação e as vezes a gente precisa se apaixonar pela vida pra olhá-la com contemplação, no desespero a gente perde a sabedoria, machuca quem esta ao lado, perde oportunidade preciosa de fazer as coisas acontecerem do jeito certo, e hoje vamos pedir a Deus calma, pra ter a oportunidade de olhar a vida de um jeito diferente...Deus precisa ter paciência com você, Deus não desistiu de nós, quanta coisa errada a gente cometeu na vida e Deus não desistiu da gente, então ele tem essa paciência, e ao saber disso, que ele segura a minha mão, nos leva ao lugar mais bonito, e só quem nos ama pode nos levar a contemplar aquilo que é nosso, que nós já possuímos e ainda não tomamos posse, que Deus lhe de a graça de chegar ao lugar mais bonito que já é seu, mas que você ainda não conheceu porque precisa ir ate lá... (Padre Fábio de Melo).

O problema dos outros é deles e não meus....

Eu sempre me envolvi demais com os problemas da minha família, mas descobri que eu preciso estabelecer limites....

O desafio é a gente tomar distância e não permitir que os problemas dos outros nos sufoquem. (Padre Fábio de Melo)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Escolho escolher

Como você acordou hoje?
Cansado? Com vontade de dormir mais 3 horas?
Quais foram as primeiras vontades que você teve?
De ficar na cama curtindo o frio da manhã e aquele sono que é o melhor.
Quais as escolhas que fez nas primeiras horas de hoje?
Escolhi levantar, pegar minha toalha e tomar um banho e fazer minha higiene e começar mais um dia de trabalho.
Dormir, acordar, trabalhar, estudar... parece que nossa vida gira em torno de um círculo vicioso que tende à rotina.... e parece que temos vontade de estar em qualquer lugar, menos neste em que estamos agora.
Se alguma vez você teve essas reações, se fez essas perguntas, bem-vindo(a) à vida normal de ser gente...
Mas o que fazer com tudo isso?
Escolha...
Em tudo se pode escolher...
E quando parece que a vida me aperta de um lado e de outro e as possibilidades se perdem nos compromissos e nas respostas a serem dadas?
Escolha...
Sempre podemos escolher, até escolher em não escolher.
Mas acredito que estou num completo vir a ser e que a cada escolha que faço imprimo um pouco de meu mistério de ser pessoa.
Mistério que vai se revelando em meio às minhas escolhas e assim vou mostrando e descobrindo um pouco de mim.
Tecendo esta colcha de retalhos de escolhas vou me percebendo e me vendo. Mas em cada escolha, escolho escolher por Deus que vai me direcionando nas consequências de minhas opções.
E hoje agir como escolhido e podendo fazer escolhas vejo que não vivo de rotina...mas vivo de escolhas! Pois na verdade sou escolhido!

Adriano Gonçalves - Canção Nova

sexta-feira, 12 de junho de 2009

05 coisas que aprendi com o lápis

1° : Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.
2° : De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.
3° : O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.
4° : O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você!E Finalmente a última..
5° : O Lápis sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços...
Paulo Coelho
Deixe Deus conduzir este lápis que somos nós... Valorize aquilo que você é...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Por que o medo de ser simples?

Ser simples é saber conviver com o comum....

No ofício de cumprir a sina do tempo, equilibrando tédios e harmonizando sentimentos, muitas vezes, encontro olhares que se perderam – sem mais saber quem são – na rota dos dias, perpetuando a ausência e uma contínua incompreensão acerca do seu papel no cenário da vida. Parece que temos o dom de complicar a vida! Muito já ouvi e também entoei tal afirmação; e percebo que, em muitas circunstâncias, conseguimos mesmo assassinar a simplicidade em nome do equívoco e da ansiedade. E isso produz em nós um grande mal... As maiores crises que vivemos em nossa história têm como impulso o fato de nos afastarmos da simplicidade. Simplicidade para nos olharmos, para decidirmos e planejarmos e, principalmente, simplicidade para compreendermos a nós mesmos e aos outros. A simplicidade nos autoriza a entender que a vida acontece a cada dia e que somente no fragmento do tempo que se chama hoje ela caminha, possibilitando que a construamos colocando um tijolo de cada vez. Ser simples é entender que posso apenas uma coisa de cada vez, que a felicidade se constrói aos poucos e que os erros também me ensinam a ser feliz. O simples contempla a beleza e o inusitado no cotidiano da vida, ele não vive a gastar inutilmente suas energias na constante procura de novidades. Ser simples é saber conviver com o comum, e saber ser feliz nele. Tal virtude nos poupa de empregarmos forças naquilo que não nos compete, pois nos fixa no que é essencial. A vida se torna vazia para os que se fazem reféns da ansiedade e que, freneticamente, perseguem a existência. A simplicidade permite à vida o direito de “acontecer”, sem exigir que ela satisfaça de forma paranoica as nossas ilusões e anseios pelo extraordinário. A arte de ser simples nos ajuda a colocar coisas e pessoas em seus devidos lugares, revelando também qual é o nosso lugar na existência. A simplicidade descomplica e nos faz enxergar os fatos com menos “dó” de nós mesmos, sem eleger culpados para nossas próprias frustrações. Ser simples é também enxergar as dores com mais naturalidade, assumindo-as como realidade inerente à nossa condição humana, sem fazer “tempestade em copo d’àgua”... Aprendamos com esse dom e permitamos que nossa maneira de enxergar o mundo nos descomplique, fazendo-nos mais abertos e receptivos à felicidade que mora no mistério do comum e das pequenas coisas.

Adriano Zandoná - Canção Nova

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Não há problema que seja maior do que Deus

Diante das tribulações e sofrimentos os cristãos precisam ter três princípios espirituais.
Primeira lei espiritual: "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus". Quando você luta contra a tribulação você não vai desanimar nem se afastar de Deus (cf. Rom 8, 28s). Segundo o propósito de Deus as coisas acontecem em minha vida, não segundo os meus planos e meu querer. É preciso esperar no Senhor, esperar com “esperança”, com confiança. Muitos esperam desconfiando do Senhor e essa não é a maneira certa.
Se nós somos pessoas de fé, mesmo que pareça difícil, acreditamos que Deus cuida de nós. Não há problema que possa ser maior que o Todo-poderoso. Aos olhos do Senhor nós fomos feitos sem defeito, sem manchas, bonitos. "Tudo concorre para o bem de quem ama a Deus" (II Cor, 4 – 16-18). Cristão não desfalece, não perde o ânimo. Quando vivemos muitas pressões o nosso homem exterior não aguenta tanta pressão, mas se estamos bem interiormente, mesmo na dor, aguentamos. O nosso interior não pode ser cheio de coisas velhas, de ressentimentos. Mas, deve ser repleto do Espírito Santo. Não durma guardando ressentimento de alguém, mas ore por quem o feriu e seu coração será livre.
Segunda lei espiritual: "Nossa tribulação é momentânea e ligeira". Os sofrimentos, por mais duros que sejam, vão passar. Se você quer receber a glória de Deus, saiba que Ele o está adestrando para você suportar. Quando você sair de um sofrimento você sairá bem melhor, Deus lhe dará o melhor se aguentar com fé. Se você quer receber a glória de Deus, saiba que Ele o está adestrando para você aguentar.
Terceira lei espiritual: "Nos gloriamos das tribulações", São Paulo dizia que se via cheio de glória até na tribulação. Nós podemos ver de duas formas: "Ver problema onde tem bênção" ou "Ver bênção onde tem problema". Que tipo de pessoa você é? Benditas sejam as provações, cada tribulação nos vale muito a pena, pois através dela o Altíssimo nos mostra o que Ele quer para nós. O poder de Deus nos liberta do homem velho que exige sempre os seus direitos.
É bom ter pessoas que digam que nos amam, mas só nos ajudam a crescer pessoas que pegam em nosso pé, que quebram o nosso orgulho. Ajudamos mais quando fazemos o outro a sair de si e dando o melhor do que apontando seus defeitos. Quem se reveste da glória de Deus na tribulação consegue superar as dificuldades. Até as pessoas ao seu redor vão ficar felizes, verão o seu testemunho. Abraão foi um homem de fé e não vacilou, ele estava convencido de que Deus é fiel. Esteja convencido de que o Senhor é fiel e poderoso para cumprir o que prometeu. Ele nos deu Suas promessas, tem muita coisa boa para mostrar, mas Ele se revela por meio dos sofrimentos, por isso não amaldiçoe seus problemas, pois não há dificuldade e perseguição que Deus não possa reverter em bênção.
Dê oportunidade para o Todo-poderoso abençoá-lo hoje, diante do problema não olhe para a sua fraqueza, mas para a grandeza de Deus. O único que vai permanecer é o Deus fiel e poderoso! Agarre-se nesta palavra que o Senhor lhe deu hoje. Deus é fiel e poderoso e levará até o fim a obra que Ele começou.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Salmo 145

“Em Ti esperam os olhos de todos, e Tu, a seu tempo, lhes dás o alimento.” Salmo 145:15. O tempo de Deus não é o tempo do homem. Infelizmente, na opinião humana, felizmente, na opinião de Deus. Para entender isso, a criatura precisa atravessar o vale da dor e da frustração aonde sua teimosia o leva. No verso de hoje, o salmista menciona a expectativa humana. “Os olhos de todos”, diz ele. Aqui está incluída toda a humanidade. Todos somos assim: apressados e imediatistas. Queremos que as coisas aconteçam aqui e agora. Talvez porque a vida é curta para realizar tantos sonhos e projetos. O salmista toma a metáfora da natureza. A natureza ensina a entender a vida. Alguma vez você observou como o passarinho alimenta os seus filhotes? É um bando de famintos, chorando e disputando o alimento que a mãe traz. Cada um luta pela sobrevivência e trata de tirar o alimento do outro. Darwin diria que, nestas circunstâncias, sobrevive o mais forte. Não é verdade. A mãe pássaro é instintivamente sábia e dá o alimento a cada filhote, no seu devido tempo. Ela não ignora a necessidade de cada um, nem se comove com a impaciência nem com os gritos. O tempo dos filhotes não é o tempo da mãe. Se você confia em Deus e parte para a batalha e, apesar disso, as coisas não saem como você quer, tenha paciência, coloque os olhos em Jesus e espere o tempo dEle. Ele virá na hora certa. Nem antes, para que você não se deslumbre, nem depois, para que seus inimigos não caçoem de sua fé. O êxito não é uma meta para você alcançar. É um processo que envolve confiança em Deus, luta, esforço, lágrimas, aparentes derrotas e, acima de tudo, paciência. Busque hoje os seres que você ama. Diga-lhes quão valiosos são. Anime e encoraje. As pessoas são como um espelho. Se você sorri, elas sorriem; se você fecha o rosto, recebe a mesma imagem. Antes de sair para os desafios do final de semana, diga como o salmista: “Em Ti esperam os olhos de todos, e Tu, a seu tempo, lhes dás o alimento.”

Medo??? Eu tenho...

“Eu tenho medo. Mas não tenho medo de ter medo. Medo é o avesso da coragem. É por meio dele que eu alcanço algumas vitórias. Quem não tem medo corre o risco de se tornar um herói sem graça, pronto demais.A vida é bonita justamente por ser inacabada. A metade que falta, o detalhe que ainda não alcançamos, o objetivo que ainda está pela metade. Tudo se torna mais bonito quando visto do avesso. Os medos também. Há muitos tipos e estão por toda parte: medo de não vencer, de não chegar, de não saber, de não conseguir, de subir a escada, de errar no tempero, de perder, de morrer...O avesso do medo é o cuidado redobrado, porque quem tem medo, cuida. Não se expõe ao perigo, mas se resguarda. O medo é bom, porque não nos enche de falsa coragem. O medo nos torna reais, nos mostra quem somos, mensura o tamanho de nossas pernas...O medo nos coloca no nosso lugar e nos prepara para o sorriso do pódio. Contudo, há medos que nos paralisam. São temores doentios. Eles nos entorpecem, nos amarram e precisam ser vencidos. Precisam ser olhados de frente, para que voltem à condição de medo, apenas... Medo saudável. Medo que me faz ser humano na medida certa, porque no humano bem medido, o divino prevalece. Só isso. O resto é lição que a lousa da vida espera por ser escrita”.

Padre Fábio de Melo

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O inacabado que há em mim

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos. Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.


Padre Fábio de Melo

domingo, 3 de maio de 2009

Amigos


Eu queria ser poeta
Conhecer o ofício de recolher palavras
Realizar a proeza de desvendar os silêncios
E descobrir o que o outro não fala, mesmo quando ele não diz
Eu queria ser amigo dos versos
Possuir as asas que à inspiração pertencem
E alcançar a palavras que possa ser a tradução do amor que sinto por você
Mas do poeta eu só possuo os óculos
Óculos são instrumentos que ampliam a visão
O amor também
E já que não sou poeta o amor é o que me resta
Desde quando a vida me permitiu conhecer você
Tenho experimentado a beleza do significado da amizade
Quando nossos caminhos se encontraram foi amizade a primeira vista
Depois daquele encontro meu mundo ficou mais bonito
Sua presença quando os dias eram difíceis
Quando pensei que a felicidade era coisa de outro mundo
Sua palavra me convenceu de que eu deveria continuar
Suas alegrias despertando minhas alegrias
Suas risadas me fazendo rir também
Nossas madrugadas de conversas
Vida dividida nas pequenas coisas
Costura do tempo nos aproximando sempre mais
Mas quando surgiram nossas diferenças
Quando descobrimos nossos maiores defeitos
Manifestações de protestos
Crises nervosas
Discursos desaforados
A promessa de que eu iria embora definitivamente de sua vida
E de que nunca mais voltaria a pronunciar seu nome
Mas depois a saudade
A ausência mensurada
O arrependimento
O pedido de perdão
E o aprendizado de que quanto mais a gente ama
Muito mais a gente precisa perdoar
O amor é o motivo do perdão
E o perdão é a continuidade do amor
Obrigada por ter me ajudado a entender isso
Estar ao seu lado é sempre motivo de festa
Quando estamos juntos, a vida ganha um significado diferente
Retiramos o dia comum do calendário e o transformamos em feriado
Extraímos felicidade das coisas mais simples
E multiplicamos a graça de cada instante
Eu não sei dizer quem eu sou sem que me recorde de você
Se da minha vida eu sou o sujeito, você é um adjetivo
Você me empresta qualidade
Você me devolve quando sou roubado
Você me encontra quando estou perdido
Pode ser que um dia a gente venha a se perder nas distâncias deste mundo
Pode ser que um dia a gente se separe
Nem sempre a vida respeita o que a gente quer
Mas uma coisa é certa
Se pela força da distância você se ausentar, pelo poder que há na saudade você há de voltar
Mesmo que o tempo passe...
Você fique velhinho..
E viva aquela fase: põe meu amigo no sol, tira meu amigo do sol
Mesmo que você perca toda a sua utilidade
Dentro de mim você continuará tendo significado
E haverá sempre um lugar reservado em minha casa para você chegar, quando quiser
Eu não gostaria que a morte nos alcançasse sem antes poder lhe dizer
Que nas miudezas dos meus dias que passam você é um grande acontecimento que permanece
Amar é um recurso humano que nos faz eternos..
Recolhe e resguarda e não deixa morrer
Retira da mira do tempo
E aconchega a pessoa amada na certeza: Você não vai passar
Hoje, neste dia em que a vida nos permitiu um encontro nestas páginas
Neste instante em que seus olhos se ocupam das palavras que meu coração resolveu impressionar
Eu gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou melhor do que eu sou
Pela sua capacidade de me olhar devagar
Já que nesta vida muita gente já me olhou depressa demais
Eu que nem sempre soube acertar
Aprendi com você que arrependimento é bem melhor do que culpa
Obrigado por você não ter desistido de mim
Obrigado pelo seu dom de multiplicar o que sou e o que posso
Eu, que na solidão dos meus dias sou tentado a pensar pequeno
Quando o encontro, sou sempre surpreendido com seu poder de me fazer ver o mundo com as mesmas lentes dos poetas
Obrigado, hoje e sempre
O que nos torna amigos é a capacidade de sermos muitos, mesmo quando somos dois.

Extraido do livro: Amigo somos muitos, mesmo sendo dois (Fábio de Melo)

terça-feira, 28 de abril de 2009

DEUS É SIMPLES _ da amiga Rafa...

De não ser perfeita não
Canto a fortaleza
De falar com o coração
Tenho a certeza
De ter Deus em meu caminho
Às vezes eu não vejo
Mas nunca estou sozinho
Deus é bem simples
É amigo certo
Deus é bem simples
Consolo sempre perto
Planto mal, às vezes
Prejudico o meu futuro
Erro, cresço e vejo
Que acertar é um pouco duro
Sigo o meu caminho
Desejando eu mesma ser
Só Deus sabe o que é certo
Ainda erro pra aprender

(Ziza Fernandes)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Caminhos de Deus

Linda Valentine* era uma modelo famosa. No entanto, apesar do dinheiro, da fama e do glamour, ela sentia um vazio que a corroia por dentro. Havia uma sensação de desconforto da qual ela não conseguia se livrar, uma inquietação do espírito que a enchia de pavor e ansiedade. À noite era atormentada pela insônia. Começou então a consultar os amigos sobre as vantagens de tomar medicamentos.
Alguns apressaram-se em concordar, outros propuseram terapias alternativas. Linda teve alguma melhora e, naquele momento, realizou grandes conquistas, assinando contratos com que vinha sonhando havia anos. No entanto, apesar da súbita realização das suas maiores ambições, sua angústia voltou a dominá-la. Sua alma continuava atormentada.
Um dia de manhã, ela seguia pelo trajeto costumeiro até o trabalho, pela avenida principal, quando o transito parou. Um encanamento de água se havia rompido e o trânsito estava sendo desviado para uma ruazinha obscura pela qual ela nunca havia passado antes. Enquanto seguia lentamente pela rua desconhecida, ela percebeu uma pequena igreja com um cartaz escrito à mão que dizia: “Sem Deus, não há paz. Conheça Deus, conheça a paz. Todos são bem vindos”. “Hum que esquisito”, pensou ela.
Na manhã seguinte, Linda seguia mais uma vez pela avenida principal a caminho do trabalho, quando, pelo segundo dia consecutivo, o transito parou. Havia um incêndio numa das lojas ao longo do bulevar e carros do corpo de bombeiros vinham de todas as direções para o locar. Policiais interditaram a área e desviaram o trânsito para a mesma ruazinha do dia anterior. “Ai não!”, gemeu Linda. “De novo não!” Mais uma vez ela passou pela pequena igreja. Desta vez, o cartaz pareceu atraente, não esquisito. Por um instante, ela acreditou que ele a estava convocando para entrar. “Que imaginação a minha!”, disse ela rindo e se censurando por sua queda para o melodrama. Mesmo assim, de dentro do carro, ela espiou a igreja, procurando ter um vislumbre do se interior. Seu olhar parecia ansiar por alguma coisa.
No dia seguinte, ela pensou em mudar de trajeto, mas disse a si mesma que estava sendo boba. Afinal de contas, qual era a probabilidade de uma calamidade ocorrer na mesma rua três dias seguidos? – Este vai ser um teste – disse ela a si mesma, rindo. – Se houver algum desastre e o trânsito for desviado para aquela mesma rua terei certeza de que é um sinal!
Quando ela entrou na avenida, ficou perplexa. O trânsito estava parado ao longo de muitos quarteirões. “Um grande acidente”, explicou o policial em tom de desculpas, desviando o trânsito novamente, pela terceira vez seguida, para a mesma ruazinha.
- Chega! – exclamou Linda. Estacionou o carro e entrou na igreja, onde havia apenas um padre. Ele ergueu os olhos pra ela, com um sorriso. O que a fez demorar tanto? – perguntou ele.
Ele havia visto o carro de Linda passar por ali nos dois dias anteriores e havia percebido seu olhar ansioso. Os dois conversaram muito e ela passou a fazer parte da congregação. Isso foi há 18 anos, e ela está ali desde aquela época, tendo encontrado a paz e a serenidade que lhe escapavam em outros lugares. Exatamente como o cartaz prometia, o que ela realmente precisava na vida era de Deus. E afinal de contas, não foi Deus quem a mandou até ali?

Extraido do livro: Pequenos Milagres. Coincidências extraordinárias do dia-a-dia (Yita Halberstam e Judith Leventhal)

Das melhores páginas....

Vivo eu nesta inquietude dos dias, por hora me concentro no passado, me envolvo com o presente e imagino o futuro. Tento me liberar das minhas emoções mergulhadas em livros, no prazer que tenho com a leitura de bons e edificantes livros, onde transcrevê-los me sobrevém emoções boas, pensamentos bons...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Renda-se

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector